A decisão foi tomada após assembleias de ontem (9) à noite nos estados onde ainda havia paralisação de trabalhadores.
Agência Brasil,
Os Correios e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) confirmaram hoje (10) o fim
da greve, iniciada em meados de setembro. A decisão foi tomada após
assembleias de ontem (9) à noite nos estados onde ainda havia
paralisação de trabalhadores. De acordo com os Correios, serão
necessários seis dias úteis para normalizar todos os serviços prestados
pela empresa.
“Todos os sindicatos voltaram ao trabalho. Alguns, no entanto,
decidiram manter o estado de greve [sem paralisação das atividades],
caso dos sindicatos de Campinas, do Ceará e de algumas outras
localidades. O que ainda preocupa é a possibilidade de alguns gestores
fazerem retaliações a colegas que haviam aderido ao movimento”, disse à Agência Brasil o diretor da Fentect, James Magalhães.
Nas assembleias, os trabalhadores da estatal acataram a decisão do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o dissídio da categoria:
reajuste salarial de 8% e de 6,27% nos benefícios. De acordo com o
sindicalista, não haverá descontos dos dias parados, mas sim compensação
das horas não trabalhadas. No máximo, duas horas por dia pelo período
até 180 dias, destacou Magalhães.
“Essa compensação será feita apenas em dias úteis, pelos servidores
que não registraram ponto eletrônico durante o período de greve”, disse.
A greve dos Correios começou em 12 de setembro para alguns sindicatos, e
no dia 17 para outros.
Na avaliação da Fentect, em âmbito geral, a finalização do processo
não foi a ideal. “Mas foi boa, principalmente no que se refere à
manutenção do plano de saúde nos moldes atuais, que continuará tendo
como gestora a própria empresa. Ficamos insatisfeitos com o reajuste dos
benefícios, que ficou em 6,27%. Achamos que ele poderia ser o mesmo dos
salários [8%]”, acrescentou.
Outra crítica da entidade foi a dificuldade de diálogo com a
estatal. “A empresa não dava ouvidos às reivindicações durante as
reuniões. Não basta sentar à mesa. Tem de ouvir o que foi proposto e
demonstrar interesse”, disse. De acordo com os Correios, a dificuldade
de diálogo teve influência do valor da proposta inicial, que causaria um
impacto de R$ 31,4 bilhões na folha da empresa. “Tentamos negociar a
todo momento. Prova disso é que o próprio TST decidiu julgar o dissídio
por 'resistência da Fentect em negociar'”, informou a assessoria da
estatal.
Sobre o plano de saúde, os Correios informam que nunca houve
qualquer possibilidade de terceirização do serviço, que só pode ter
alterações depois da aprovação do conselho formado por representantes da
empresa e dos trabalhadores.
A Fentect tem a esperança de que os Correios acatem alguns pontos
das reivindicações não citados pelo TST. É o caso da entrega de
correspondências no período da manhã em todo o país, “e não em apenas em
algumas localidades pontuais”, e a melhoria da segurança nas agências,
“por causa dos assaltos frequentes a agências em Alagoas, no Maranhão,
na Paraíba, no Ceará e no interior de diversos estados”.
Segundo os Correios, os estados onde ocorre entrega matutina são:
Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Ainda este mês de outubro a entrega
matutina será estendida para Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e interior
de São Paulo. Com relação a investimentos em segurança, a previsão é
que este ano sejam investidos cerca de R$ 109 milhões no setor.
Fonte:nominuto.com